Trabalho em equipe com pensamento estratégico

A montagem de equipes bem sucedidas exige lideranças participativas, movidas por muito esforço, dedicação e sensibilidade. Uma equipe de fato é aquela que saiu da fase de apenas buscar resultados financeiros e alcançou o espírito da corporação, embasado em uma preocupação real com o bem-estar das pessoas, dentro e fora dela.

Uma gestão empresarial consistente demanda pessoal versátil, não-uniformes, estilo: Comando, unidos! Ou seja, precisa ser composta por membros polivalentes, ávidos por desafios, com senso crítico aguçado e capacidade de divergir e até de competir entre si, dentro de um processo civilizado e coerente. Tudo, porém, para ampliar os horizontes da corporação.

Saber conviver em um ambiente de insegurança é fundamental. Por isso, a polêmica e a dúvida estarão sempre presentes nas discussões da equipe e não prejudicam a produtividade, se orientadas pelo bom senso, sob o comando de um gestor que entende do traçado e seguindo a máxima do grande jornalista Nelson Rodrigues, de que a unanimidade é burra.

Critérios de seleção

Pode acontecer de o perfil do profissional contratado não estar alinhado com o que se pretende alcançar, mesmo ele tendo boa formação técnica. Nesse caso, o ajuste exige punho firme, habilidade para decidir e visão de futuro dos gestores, que não podem perder tempo. Erro na contratação são despesa e dor de cabeça garantidas. Quanto mais esperar para trocar, maior o desgaste, e o clima organizacional só perde com isso.

Entra aqui a velha questão dos valores, sem os quais os candidatos, sejam experientes ou não, devem ser descartados automaticamente: desejo inato de servir, gosto por empreender, ética sólida e integridade, capacidade de deixar os outros à vontade, disposição para ouvir e ser comunicativo. O treinamento, se necessário, deve estar ligado à técnica e ao conhecimento do ofício, jamais a valores morais, que devem vir da formação básica, da família.

Tomar decisões sobre pessoas é muito difícil, mas fundamental para a estratégia corporativa. Por isso, os critérios precisam ser claros e incontestáveis, na tentativa de evitar deslizes de percurso com o desgaste de material humano. Deslizes, por sinal, que podem comprometer inclusive o próprio candidato, se ele se deixou iludir por uma proposta de trabalho que não condiz com sua realidade e com o que esperava.

É sabido, por exemplo, que profissionais experientes têm mais prática nas entrevistas e são convincentes na argumentação, com capacidade de mascarar seus pontos fracos. Não se deve esquecer, no entanto, que é bem difícil encontrar profissionais experientes, uma vez que tendem a permanecer no emprego, por se sentirem bem sucedidos. O fato é que profissionais experientes estão em falta no mercado e para atraí-los são fundamentais propostas diferenciadas.

O gestor precisa estar constantemente atento para dimensionar o grau de envolvimento de seu pessoal. Mesmo o colaborador antigo pode estar descontente e influenciando o desempenho dos demais. Esta realidade é muito comum e os líderes devem saber avaliar com exatidão se o problema está de fato com o colaborador ou com a própria organização, antes de tomar as medidas cabíveis.

Equipe unida continua unida enquanto as vantagens coletivas estiverem no horizonte e forem palpáveis. Alimentar o crescimento humano e administrar a expectativa real de vantagens competitivas é um desafio constante ao gestor.

A “alquimia” de uma equipe vencedora:

  • Objetivos comuns, assumidos individualmente.
  • Papéis diferenciados, cada um fazendo sua parte e contribuindo para o coletivo.
  • Espaço autônomo, dando vazão à liberdade de ideias.
  • Franqueza construtiva na articulação de críticas, pois os conflitos e problemas devem ser expostos e discutidos.
  • Receptividade objetiva na hora de escutar as críticas.
  • Integração com os outros times na busca de conhecimento e apoio.

O que mina os resultados esperados:

  • Falta de confiança: as pessoas precisam se sentir à vontade, dispostas a mostrar sua vulnerabilidade e ter certeza de que seus pontos fracos jamais serão usados contra elas; o líder deve dar o pontapé inicial, mostrando a própria vulnerabilidade.
  • Falta de conflito: as reuniões se tornam mornas e entediantes. O líder deve abrir espaço para que os membros da equipe aprendam a lidar com conflitos e apenas interferir quando “não tem solução”.
  • Falta de comprometimento: debates mascarados dificultam o comprometimento assertivo, porque ninguém se envolve com a decisão.

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